Artigo escrito por: Sr. Arcano.
Foram meses preparando seu livro. Revisando, opinando, aconselhando. Tal como um editor deve fazer. E não se entregando às pressas da publicação, tal como editoras pouco interessadas no autor fazem, dando mais valor aos lucros e por vezes nem revisando um livro, deixando para o próprio autor essa tarefa. Não que o autor não seja capaz, mas ter um primeiro leitor crítico, que o ajude e lhe dê suporte, que o entenda e o leve ao conhecimento de outros leitores que falam a sua língua, e que seja capaz de traduzir o espírito de sua obra para o seu respectivo formato físico... isso sim faz uma enorme diferença! Isso sim é a tarefa de um editor, que, ano após ano está cada vez mais em falta nesta atual época comercial do mercado editorial.
Se sou à moda antiga?
— Com certeza! Prefiro fazer um trabalho bem feito, imerso na meditação e silêncio da análise profunda de uma obra, do que mergulhar na ganância do imediatismo da era moderna que assassina o conteúdo de um livro. Portanto, revisar é preciso; mergulhar no mar de palavras do livro é preciso; envolver-se com as ideias e pensamentos do autor é preciso. E é daí que brota um livro de qualidade: retirando as imperfeições e valorizando o que o autor transmite de mais valor, que é a sua essência literária.
O livro “A Valsa das Almas”, de autoria da poetiza Rumanesk, é o primeiro livro solo lançado pela minha editora: Círculo Soturnos, que também abraçou a edição das antologias Soturnos.
Estou muito contente com o resultado. E se houve demora, foi porque se fez necessário.
A poesia é uma canção que precisa de ouvintes.
Sou a favor da aproximação entre editor e autor, de forma que o talento do escritor deve ser trabalhado e aproveitado da melhor forma possível.
Muitas vezes, o autor apresenta um livro de mil páginas que pode ser reduzido a duzentas; trechos desnecessários ou enfadonhos, e, naturalmente, como escritor que ama sua obra, retirar qualquer trecho é como cortar a própria carne.
A função do editor é fazer esse trabalho de forma bastante cuidadosa, aproximando a obra da perfeição em sua totalidade.
O editor também deve conversar com seu autor. Deve procurar entender (mesmo que seja impossível) o que se passa na alma do escritor.
A poesia é uma canção que precisa de ouvintes. Portanto, querida Rumanesk, saiba que procurei ouvi-la, verso por verso, em cada canção que brota de sua alma. E mesmo que não tenha sido possível um encontro, um chá, uma conversa, devido aos seus problemas de caráter pessoal, ao menos algo tem sido de grande utilidade neste atual mundo moderno: as várias possibilidades de mantermos contato no menor tempo possível, como se estivéssemos muito próximos. E de fato estamos. Agora e por toda a eternidade.
Seu editor,
Sr. Arcano.
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