Substituível
Hoje, eu descobri que sou substituível!
Não porque o dia teve um tetro epílogo,
Em um lúrido ocaso, na solidão de um pego,
E não porque ouvi o silêncio intangível.
Hoje, eu descobri que sou substituível!
Não porque ouvi a marafona que chorrou,
Ou porque a debalde esperança de existir um Deus findou,
No ecoar do estrépito de um estupro indelével.
Hoje, eu descobri que sou substituível!
Não porque avistei um errante refugo de homem invisível,
E hauri o seu rebotalho de desventura e clamor.
Hoje, eu descobri que sou substituível!
Quando a treda morte imponderável,
Deitou o meu estofo carnal, no seu tálamo de amor.
Em XIX de março de MMXXI. E. V.
Dies veneris.
Marvyn Castilho.
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