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Sweeney Todd - Artigo de Renan Caíque

Atualizado: 8 de mar. de 2020


“Sweeney Todd, o Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” foi originalmente publicado sob o título “The String of Pears” (“O Colar de Pérolas”), em 1846, e a sua autoria por bastante tempo permaneceu anônima. Hoje atribui-se a Peckett Prest e Malcolm Rymer, embora não se tenha certeza de quem de fato é o autor. O motivo é que no tempo a obra foi publicada em folhetins, onde saía cada capítulo periodicamente, e esta era uma atividade informal em que os autores não tinham preocupação em assinar as histórias publicadas, e no folhetim onde “Sweeney Todd” foi publicado, estes dois autores escreviam.


Importante também contextualizar que no tempo havia as penny bloods e as penny dreadfuls, publicações periódicas voltados às classes operárias, menos abastadas, e por isso a linguagem era simples. “Penny” significa centavo, “dreadful”, terrível e “blood”, sangue. Ou seja, como o nome sugere, eram obras normalmente de terror, repletas de sangue e histórias amedrontadoras e eram vendidas por capítulos, custando cada um apenas um centavo. “Sweeney Todd” se encaixa nesse estilo de publicação e contém várias de suas características.


O livro apresenta linguagem acessível (mesmo para os dias atuais), ferocidade tanto nas falas quanto nas ações, e trata de temas pesados como assassinato em série ao mesmo tempo que tem um subenredo romântico, tudo isso tendo como plano de fundo uma Londres decadente de 1785, repleta de miséria, corrupção, roubo, hipocrisia religiosa e violência.


“Sweeney Todd” inspirou a criação do famoso musical de 1979 de Stephen Sondheim, e em 2007 o filme de Tim Burton. Ambos, assim como outras adaptações não são fiéis ao livro, tendo enredos completamente diferentes, personagens retirados e outros inventados. Eles utilizaram basicamente a ideia do aterrorizante barbeiro que assassina as suas vítimas sem piedade, porém mesmo a personalidade do barbeiro e as suas motivações para cometer assassinatos são diferentes no livro. Tais diferenças, claro, não tiram a beleza e a qualidade das adaptações. Porém, é importante que se conheça a história original que apesar de sua simplicidade, se mostra bastante criativa e prende o leitor até o fim.


Algo interessante no livro é que vários personagens vão sendo apresentados ao longo dos capítulos, e são aparentemente avulsos, mas à medida que o leitor vai avançando no livro, todas as histórias vão se interligando de uma maneira bem natural, com um acontecimento completando o outro, e os mistérios sendo solucionados.


Um dos problemas do livro talvez seja alguns personagens que não são aprofundados e existem apenas para aparentemente dar liga a determinadas situações onde não se encontram soluções melhores. Outro ponto é o final, onde tudo ocorre rápido demais e de maneira forçada, além de que simplesmente não mostra o que aconteceu com alguns personagens.


Mas críticas à parte, “Sweeney Todd” é uma obra incrível e essencial aos fãs de Literatura Gótica e de horror. No Brasil, foi publicada somente pela Editora Wish, em uma edição belíssima e extremamente caprichada, com tradução inédita de Carolina Caires Coelho, que vale a pena ser lida.



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