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Blog Soturno

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Foto do escritorMarvyn Castilho

O fulgor de uma escrita indelével

Atualizado: 28 de jan. de 2021


Em XXIX de julho de MCMXII, nasce no Baixo Grande, Ponta do Ambrósio na cidade de São Pedro da Aldeia, no estado do Rio de Janeiro, rebento de Victorino José Condeixa, que era um cantor de trovas e modinhas e Dona Marinha Gonçalves Carriço, o bardo Victorino Carriço. O menestrel ainda em estação pueril encetou os seus estudos no colégio Sagrado Coração de Jesus, na cidade de Cabo Frio - RJ, onde no ulterior é preiteado com a biblioteca recebendo o seu nome. Flanou pelas veredas da cidade de Niterói ainda em tenra idade, como discente do colégio Brasil.

O vate desvelou ao prelo, ainda em vida, três opúsculos que foram deitados sob as alcunhas de Mar e amar (Sonetos), Vidas mortas (Poesias) e Se voltares... (Poemas). Todos segredados em um mirífico tomo, onde ao errar por essas laudas, ficamos deveras embevecidos com o fulgor onírico de sua escrita poética com lufadas de versos de nostalgia, finitude em ínferos sentimentos. Crepúsculo, Êxtase, Não e O trem, são algumas que leva ao leitor, a atentar para esse ditoso poeta. No andejo pelos seus versos, o leitor avista o lampejo de sua poética febril no horizonte da arte!

O menestrel, ainda fez uma edênica ode como hino para a cidade de Cabo Frio, onde divagou em grande parte da sua existência, outrossim pela cidade de Arraial do Cabo. Em Arraial do Cabo, adormecida e apensa ao mar da praia dos anjos, outrora praia da Rama, fica a sua prisco morada que jaz sob o epíteto de “Casa da poesia – Espaço Victorino Carriço” onde quem a visita, pode haurir um pouco da poesia aprouver desse vate. A casa é aberta a visitação e a entrada é gratuita, sem pestanejar um ledo lugar na cidade, que fica no interior do estado do Rio de Janeiro.

Em XX de maio de MMIII na necrópole de Santa Izabel, em Cabo Frio - RJ, com a bela voz de Reci (Sobrinha do poeta), puxando o hino da cidade de Cabo Frio, em um átimo exequial, o vate Victorino Carriço é sepultado. Contudo, os seus inefáveis versos erram pelo átrio da arte e continua a levar um sopro cálido de alento aos apreciadores da literatura. O poeta deixa como espólio, sua escrita indelével no fulgor dos seus três opúsculos.

“Pois somos pó é nada mais...”

“A maior solidão é a solidão interna.”

“No jardim do poeta, todas as flores tem espinhos.”

“Seja qual for o destino de meus versos, eu ficarei satisfeito.”

“A estrada do poeta é longa e a minha não poderia ser diferente.

Quantas desilusões! Quantos sonhos desfeitos!”

“O poeta arranca de sua revolta, lindos versos.”

“Após a quimera vem a desilusão.”

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