Uma entidade imortalizada pela poesia
Diz a lenda que as entidades do astral ganham vida de acordo com o desejo humano.
O mundo fÃsico está rodeado por outro mundo, o astral. Outra atmosfera, invisÃvel em circunstâncias normais, nos rodeia. Nela vão parar as almas dos falecidos no momento da morte, revestidas de um corpo de matéria sutil que também abandonam quando ascendem à s regiões superiores, de natureza ainda menos material.
Nessa atmosfera existem os restos astro-corporais daquela que abandonou em sua segunda morte, o já disforme andrajo de matéria etéreo-orgânica que a revestia, restos sensibilizados pelos instintos, que a dota de uma espécie de vida que, a partir do ponto de vista psicológico, podemos comparar com a dos zoófitos, para ter apenas uma ideia aproximada.
Esses restos se revitalizaram à custa de um poeta fisicamente vivo que se pôs em contato com ela, neste caso, a citada proteus dos astral chega a se condensar tomando a forma adequada ao pensamento que a vitaliza (uma mulher diabólica, pálida e de cabelos vermelhos) tornando-se claramente perceptÃvel.
Aqui temos algo similar a uma aparição sendo invocada de forma infernal, uma entidade evocável, na qual predominam os piores desejos e que em todas as ocasiões desempenhará, à s mil maravilhas, o papel de uma demônia, à s vezes tão ao vivo que se pode fazer sentir pelo invocador. Se este pode atrair essa entidade com mais facilidade do que parece possÃvel, nem sempre lhe é possÃvel ver-se livre dela, tornando-se num possesso delirante, um obcecado, cujo furor pode chegar ao paroxismo.
A loucura completa ou a morte pode pôr um fim nessa minha história de vÃtima de uma vampira da região invisÃvel...