Poema de Danilo Lopes
Atento a voz do relâmpago
Que queima em meu interior
Em ecos do vazio tatuados
Na alma coalhada
E encharcada de dor.
Mergulhada no oceano negro
Guardando castos segredos
Vagando entre navios fantasmas
Trajando seu vil enredo.
Sob a estranheza atordoadora
No ruir das frias ferragens
Mostra-se na solidão devastadora
Uma existência esconjurada
Que troveja resistência e
Na sempre alma exorcizada
Nunca se entrega à falência.
Dar de mim um mero auxílio
Algo que me segure as lágrimas
Neste respectivo exílio.
Um castigo inexorável
Neste corpo de miséria
Cresce em mim inexplicável
Aquilo que degenera.
E no tombar da negrura
Sinto o tórrido efeito
Dou-me conta das fraquezas
E fissuras do esqueleto.
Não há o que revidar...
Pois serei latente no mundo
Nem que seja por um instante
Em algum lugar profundo.
E na loucura de grande porte
O poeta expõe seus cortes
Enquanto aguarda alucinado
O beijo seco da morte.
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