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Blog Soturno

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Rumanesk

BLACK

Atualizado: 8 de mar. de 2020


Meu ser caiu no jardim das rosas negras, lá nas Trevas Altas fúnebres. Cantos me aturdiram, o quanto antes, da minha misantropia se tornar já cadáver sem vulto, ou alma somente – espectro das frias umbras...

No marfim dos meus lábios, tento encantar a noite circunspecta das luas infundadas, tão visível pranto me atormenta com suas flores lunares, vou para Plutão donde sei urgente minha dança com a morte sacra.

Na atmosfera, ares de mistério. Minh'alma que se levanta da tumba e reza pelos séculos afora, está entretida na clausura de Nosferatu, e eu... eu me pego levitando por entre velas, enquanto os fantasmas luminosos do breu me elevam às estrelas negras, de meu quarto cheio de pranto, às vésperas do sangue dos mundos que... eu sei... está perto do meu infundado interior misantropo.

Caí do alto esdrúxulo em preto e dourado, sem me corromper no fogo dos infernos...

Os anjos vestidos de negro disseram vir de uma capela escura, muda, surda...

Vou então lá onde, circulando pela minha vida tumular, encontro os espectros igualmente vestidos de apocalipse.

Uma pintura feita de sangue na parede sombria do meu castelo diz, do meu rosto dançando nas festas dos vultos, em meus mundos: “Amém.”.

Rezo em exorcismos, deixo para os Santos minha miséria em pensar que aquela pintura, é, na verdade, minha biografia Dark metafísica sem festas ou drinks, entre vivos e débeis meninas do fel.

Estou sofrendo sem motivo, a morte me cai, levando minhas lágrimas em seu rosário negro. Tal ardor de angústia nada mais é do que uma solidão, infestada pelo meu crânio, ainda doente do mundo. Exceto do mundo da vida dos mortos.

Por favor, não me questionem. Estou dormindo agora nessa trama, teias de aranha rondando a velhice das minhas lágrimas cheias de pó, e em ostracismo frio agora dou início aos meus umbros de sorte apoteótica.

Os Corvos

Corvo 1: “O que achas que o mundo humano teme, corvo?” Corvo 2: “Os Santos”.

Corvo 2: “E tu, o que achas que o Homem teme?” Corvo 1: “A morte e seu ceifar, pois justa do mundo ela é”.

Corvo 1: “Somos de Drácula a sorte na sua misantropia”. Corvo 2: “Sim, somos de Drácula a morte do azar lá fora cheio de fogo”.

Corvo 1: “A morte de fato me disse renascer da escuridão para fazer o Juízo Final...” Corvo 2: “... sem palavras, ela virá junto com aqueles que o mundo teme, os Santos”.

Corvo 2: “Drácula já terá retornado às Trevas Altas”. Corvo 1: “Sim, e lá, verá o fogo se corromper pelo próprio Inferno”.

Corvo 2: “E o que achas do inferno dos vivos?” Corvo 1: “Acho fúnebre como poeira negra ao vento”.

Corvo 1: “Drácula disse desse mistério...” Corvo 2: “Ele está certo de que os vivos têm conluio com o Diabo”.

Corvo 2: “Drácula também disse conquanto que as Trevas têm conluio com a Criação do mundo”. Corvo 1: “Melhor terminarmos nosso diálogo pois Drácula e a Morte são um só no seu âmago interior...”.

E os corvos então voltaram para o cemitério.

Esse diálogo foi feito na escuridão. Sua Senhora, a Morte, os observava, e não pôde deixar de murmurar com sua voz grave, quando eles voaram: “E pensar que estou com eles e Drácula neste exato momento”.

E sumiu no escuro e no frio, como uma Santa, apenas uma Santa mártir vestida de preto.

 

Rumanesk é autora do livro A VALSA DAS ALMAS

Disponível em nossa loja soturna


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