Os dias passam sem importância quando já sei que não te verei mais. Escrevo porque esses eram os pensamentos mais valiosos que um dia carreguei, e por mais que não encontrasse uma cura por tantos anos, nunca duvidei de que encontraria tanto potencial de compreensão e respeito num único dia de lamento.
Hoje as palavras não me agradam mais como antes, e parece que me assombram o tempo todo e o tempo todo tenho que escrever o que me consome, e isso me fere sem parar...
Talvez por algo que construí cegamente e sem controle algum, mas que no final fez tanto sentido quanto te conheci.
Devo me abster de tanta coisa e tanta coisa ficou sem importância...
Os dias passam sem fazer movimentos e os movimentos se esquecem de tantos dias que poderiam vir.
Atrasam-se, e depois se comprometem a estar em algum lugar junto a mim, Definindo-se cada vez mais às engrenagens do corpo e aos ponteiros de um relógio que marca sempre a mesma hora: a da despedida...
Agora quase que vencido pelo sono; diria ainda mais, entorpecido por uma exaustão de calmaria... sim, até a mais profunda calma me apresenta a exaustão neste momento, porque enquanto me crio, só me resta fechar os olhos e não dormir, mas desvendar o sono para permanecer no meio fio: nem para dentro nem para fora, estático! Para trazer-te a mim conscientemente através do silêncio que nunca dorme...
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