Ainda lembro quando senti a primeira dor.
Achei que fosse passageira, esperei a noite ir embora e o nascer do sol me fazer de novo feliz.
Não aconteceu,
o sol brilhava mas meus órgãos doíam,
reclamavam do esforço do dia a dia.
A brisa suave não me trouxe a paz que esperava.
Fui enganado pelos livros de autoajuda.
Não consegui jogar o jogo do contente,
desejei a morte,
sonhei que minhas partículas cremadas eram soltas na praia
e finalmente me senti livre.
Voei por sobre as ondas, não havia gaivotas
e sim corvos que tentaram me bicar.
Ri,
um riso demoníaco,
por finalmente ter vencido.
Eles não podiam machucar meu corpo,
jamais comeriam minha carne.
Comentários