O desejo que em suas negras veias percorre
Envenena seu espírito, e ela morre
Vítima das sombras frias de seu coração
Torturado pelas prensas da sua paixão.
E próxima ao seu próprio túmulo ela vaga...
Trajando o luto de seus sonhos amorosos
Ela rasteja sobre os caminhos lodosos
De uma terra morta e triste que nunca acaba.
É o destino, que no ápice de sua crueldade
Nega-lhe as amplas cores da felicidade,
E tomada por um novo gosto de vida
Desperta os sentidos para a terra proibida
De almas sombrias nascidas para a decadência;
Secando as flores de seu jardim perfumado
Para que ela viva em seu mundo desolado,
Deleitando-se nas ruínas de sua existência.
Beijando crânios de amantes que assassinou
Pela fúria que seu coração arruinou,
A dama negra atrai seus homens seduzidos
Pela alva beleza de seus seios erguidos,
E pela vulva e lábios de cores rosadas.
Porém, o que atrai mais do que sua palidez
É seu olhar profundo sob a morbidez
De ensanguentadas e tenebrosas risadas!
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