Poema de Danilo Lopes
Há quantos séculos este brado negro, ecoa e incendeia furiosamente os anais históricos de sufoco e asfixia?
A fumaça de incêndios causadas pelas chamas da raiva contra racismo, se espalham e denunciam mais uma vez pelo planeta, traduzida em sua forma mais grotesca pela estúpida violência policial.
Até quando vidas humanas valerão menos que propriedades?
E esse estapafúrdio delírio de raça pura?
Que cultura mais insignificante e sistemática é essa, que exclui seres humanos?
O mundo explode em fúria...
E pejorativamente, há os que classificam de violência, os protestos ocorridos como forma de resposta a essa supremacia branca, embebida nas trevas do capitalismo.
Mas, e os gritos dos negros que foram perpetuados pelos poderosos do imperialismo como forma de dividir as classes sociais e trabalhadora?
E a violência gratuita distribuída nos guetos diariamente?
Quem desses canalhas opressores classificaria isto de violência?
Seria o racismo, uma ferramenta usada para separar negros e brancos pobres e delimitar atenções para lugares distintos, ao invés de focar em uma só direção certa: a do escroto sistema capitalista?
E agora neste exato momento, quantos joelhos estão sobre pescoços que só querem ser tratados como gente e viver com decência?
É preciso arrancar essas vísceras podres da sociedade: fome, insegurança, intolerância, violência, raça e classe.
Combater o egocentrismo social e levantar a bandeira da igualdade no conceito de humanidade.
Ou então...
As chamas desta revolta nunca se extinguirão!
Comments